domingo, 23 de janeiro de 2011

Madrugada de musas na Império do Morro


É madrugada. Acabo de sair do Ensaio Geral na quadra da Império do Morro. Lá dentro desfilaram uma dúzia de musas que vão embelezar o Carnaval corumbaense. Raiane, Carol Duarte, Sâmya, Lucilinha, Anne Cristine e outras mais (a imagem que captei em pleno vôo é da Sâmya, madrinha da bateria de A Pesada). Era só para apresentar o samba-enredo, mas a Império conseguiu dar uma prévia de como vai ser o desfile na avenida. Beleza pura. Sem carros alegóricos e alegorias. Sem cronometragem. Apresentaram-se as baterias de A Pesada e do Império. Passistas, madrinhas e musas da Império, de A Pesada e da Marquês de Sapucaí. O asfalto ainda está molhado quando desço a Frei Mariano, ainda sentindo a vibração do samba, do brilho do olhar dos imperialistas, bicampeões do Carnaval, e o rebolado das passistas. Mas nem a chuva atrapalhou, pelo contrário, serviu para refrescar a noite em que a saudosa dona Venância foi relembrada quando a bateria tocou e Timbalada cantou o samba preferido da fundadora da Império: “Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar, o morro foi feito de samba, de samba pra gente sambar”. Seja feita a vossa vontade, dona Venância!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Carnaval das estações, do sol e das arábias


Faltam 50 dias para a folia, mas quem chega hoje a Corumbá já pode sentir a vibração das baterias, admirar o rebolado e as fantasias das passistas e decorar o samba-enredo das principais escolas de samba. A Pesada apresentou seu samba-enredo no salão do Grêmio Cultural. “Hoje eu acordei de bem com a vida, sonhei que estava na avenida a desfilar, com a minha Pesada querida, nas quatro estações a desvendar”, diz o primeiro refrão, resumindo o enredo que descreve as quatro estações. Passistas como a que aparece nesta imagem encantaram a platéia, dando idéia de como será o desfile da escola, terceira colocada em 2010 e penúltima escola do grupo de elite a desfilar na avenida General Rondon no dia 7 de março, segunda-feira. A Império do Morro, atual bicampeã do Carnaval corumbaense, entra na passarela do samba de madrugada com um enredo que fala da influência do sol sobre as civilizações: “Na luz de um novo amanhecer, eu quero ver, o astro rei aparecer pra me aquecer, a luz que brilha é vida, em Corumbá é meu império na avenida”, diz o refrão. A Vila Mamona leva para a avenida o samba-enredo “Da origem das civilizações ao comércio de Corumbá – a história de um povo trabalhador”, uma homenagem aos imigrantes que impulsionaram a economia e influenciaram a cidade com suas tradições, entre eles os libaneses, sírios e palestinos. Será um desfile das arábias. Esse Carnaval promete!

sábado, 1 de janeiro de 2011

A cidade mística saúda 2011


Corumbá é uma das duas cidades do País onde o sincretismo religioso é marcado pelo ritual de lavagem das escadarias da Igreja Nossa Senhora da Candelária, a santa da Luz, padroeira corumbaense, assim como no Bonfim, em Salvador. Noite em que católicos, candomblecistas, umbandistas e espíritas oraram num mesmo culto – a missa das sete e a Louvação a Iemanjá do penúltimo dia do ano (a imagem mostra uma orixá durante o ritual). Isso, é claro, só foi possível com a quebra de preconceitos e paradigmas, porque Corumbá carrega uma imensa energia mística e espiritualista. Noite de reflexão sobre o que nos reserva em 2011. Babalorixás afirmam que o ano será regido por Iansã, a orixá do fogo, dona dos raios no candomblé, Santa Bárbara no catolicismo. O fogo atrai a água, será um ano de muita chuva. E com a chegada de Dilma Rousseff ao poder, particularmente o Brasil será regido pelos orixás das mulheres - Iemanjá, Oxum e Nanã, além de Iansã, vão reger o País. Este também é o ano do coelho, pelo calendário oriental chinês. O coelho traz a calma, a paciência, a reflexão, a harmonia. Vai prevalecer a energia do número 4, que sintetiza os quatro pilares, o trabalho, a base – quem trabalhar duro será bem recompensado. Oxalá! Feliz 2011!