quinta-feira, 9 de julho de 2015

Café Literário: Chaplin inspirou Manoel de Barros

Professor Galharte focaliza poeta pantaneiro (Agência Navepress)
O Café Literário, evento mensal promovido pelo Sesc e a Associação dos Poetas e Escritores de Corumbá, trouxe um especialista no poeta Manoel de Barros, o professor doutor da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), o corumbaense Julio Augusto Xavier Galharte. Com o tema Manoel de Barros e o Cinema, Galharte mostrou a influência de Charles Chaplin, Luis Buñuel e Pier Paolo Pasolini nos versos do poeta pantaneiro. Deixa claro que Manoel é um poeta universal. Apesar de ter vivido muito tempo no Pantanal, esteve também em Nova York, Paris e países da América do Sul, de onde tirou suas referências. Foi durante algum tempo comunista e chegou inclusive a fundar o PC em Corumbá, mas abandonou o partido desgostoso com a ligação de Prestes, presidente nacional, com Getúlio Vargas e por imposições feitas pelos camaradas. Nos versos dos livros de Manoel há citações de Chaplin e influências de outros gênios do cinema e da literatura. Ele também teve influência do zen budismo, de São Francisco, era admirador do cineasta japonês Akira Kurosawa e lia muito o romancista russo Dostoivski, conforme afirma Galharte em sua brilhante oratória no Sesc Corumbá. Manoel via o divino na natureza, e por isso os insetos e outros animais ganham força e forma em seus versos. Admirava os mais fracos, puros e oprimidos. Vejam algumas das frases geniais de Manoel pesquisadas por Galharte:
“Um dia me chamaram de idiota...e eu chorei. Sou fraco para elogios”. 
“Tudo aquilo que nos leva a coisa nenhuma, e que você não pode vender no mercado como, por exemplo, o coração verde dos pássaros, serve para poesia”. 
“A gente vai desaparecendo igual quando Carlitos vai desaparecendo no fim da estrada”.
O Café Literário mais uma vez abriu espaço para novos escritores, como a poeta Hildyanne Teixeira, de 17 anos, que tem seus trabalhos publicados semanalmente no jornal Correio de Corumbá e cursa Ciências Sociais na UFGD, em Dourados. Em agosto, o Café Literário completa um ano de produção e em outubro haverá uma programação em homenagem ao centenário do poeta corumbaense Lobivar de Matos.




Nenhum comentário:

Postar um comentário