terça-feira, 21 de julho de 2015

Greve pela Educação aquece debates democráticos

Assembleia Unificada reuniu técnicos e professores na UFMS
A estratégia da política neoliberal, que domina cada vez com seus tentáculos o mundo ocidental capitalista, agora globalizado, é esvaziar os cursos universitários de ciências humanas que ajudam o ser humano a pensar, refletir e questionar, como história, psicologia, sociologia, antropologia, ciências sociais. O jogo é privatizar as universidades federais, entregá-las a empresários da educação e reduzir os universitários a meros reprodutores dos interesses capitalistas dominantes. No mesmo alvo estão os cursos ligados à ciências exatas e biológicas, ao meio ambiente, à preparação do homem saudável. É mais fácil formar profissionais apenas com o objetivo mercantilista do que em propor mudanças que possam afetar a indústria farmacêutica, de fertilizantes, de alimentos. A humanidade está sendo envenenada, mas existem profissionais, muito bem pagos, para defender que não existem produtos cancerígenos infestando as prateleiras dos supermercados. Por que formar doutores que denunciem o fracasso do modelo da educação, da saúde, da medicina, do agronegócio? Que denunciem a devastação da Amazônia? Então, cabe a nós, cidadãos que ainda lutam pela liberdade e a democracia, remar contra a maré e buscar fortalecer e consolidar o ensino público universitário, livre e gratuito, com acesso a todas as camadas da população. E a greve, por mais que afete o calendário estudantil, é um instrumento para pressionar o poder público e mostrar que ainda existe um cidadão brasileiro que pensa e fala, questiona e provoca. A greve dos professores da UFMS não poderia ser diferente. Ela traz à tona debates e embates sobre os principais problemas que hoje ameaçam o sistema de ensino público do País: a terceirização de setores, a estratégia neoliberal de privatização da educação, a enorme evasão universitária, a perda do interesse dos alunos pela faculdade, o corte de recursos federais para projetos, pesquisas de doutorados, corte de bolsas e de auxilio permanência para alunos, entre outros. Em um balanço de quase 40 dias de greve, constata-se que, em Corumbá, o movimento conseguiu unificar categorias de professores universitários, técnicos administrativos da UFMS e professores da IFMS – unificação nunca antes alcançada. Nesta segunda, 20, houve uma assembléia unificada no auditório Salomão Baruki. Quatro representantes participam da Marcha dos Servidores Federais em Brasília. Só falta ganhar maior adesão dos alunos. Quem passa em frente à UFMS nesse mês de julho pode imaginar uma universidade esvaziada, mas lá dentro transcorre uma programação selecionada pelos professores do Comitê de Greve. Nesta quarta-feira, às 14h, no auditório do Bloco H, o tema da mesa redonda  Debates e Embates é a crescente evasão estudantil. Menos da metade dos que entram na UFMS hoje concluem os cursos. O que fazer para manter o interesse dos alunos pela faculdade? O microfone está aberto. É hora de apontar e discutir soluções, propor ações, usufruir a liberdade e exercer os direitos democráticos. É para isso que viemos.

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