O apito do trem e o ronco das
locomotivas despertam no pantaneiro as doces lembranças do Trem do Pantanal.
Por isso nesta quinta-feira da Semana Santa os habitantes de Ladário, a Pérola
do Pantanal, a 420 km da capital Campo Grande, se alvoroçaram quando um comboio com quinze
vagões carregados de minério voltou a cortar os trilhos que cruzam o centro da
cidade. Fez uma viagem de ida e volta de Corumbá ao Porto de Cargas da Granel
em Ladário, de onde escoam as exportações para a Argentina. Era apenas um teste.
Recentemente a linha férrea foi restaurada pela concessionária responsável, com
troca de dormentes e trilhos. No teste, trabalharam chefes de operações e
maquinistas da ALL (América Latina Logística) do Brasil e da Ferrovia Oriental da
Bolívia. Em cada ponta do comboio havia uma locomotiva de cada país. Ponto para
a integração na fronteira e esperança para a volta do trem de cargas e
escoamento de minério pelo futuro Porto de Cargas de Ladário. E quem sabe em
breve a volta do trem de passageiros. Como todo o povo pantaneiro, o ladarense
também sonha com a volta do Trem do Pantanal. Sonho, aliás, que ficou pela
metade, quando o serviço foi reativado mas apenas no trecho Campo
Grande-Miranda, ficando devendo para o turista a paisagem de fato deslumbrante
do passeio, os 220 km até Ladário e Corumbá. Sentados, porque de pé cansa,
aguardamos na estação.