sábado, 30 de dezembro de 2017

A arte nos muros da escola e da vida

Rafael e Ronald: arte do grafite no muro da escola
Nelson Urt

"Todo artista tem de ir aonde o povo está", como canta Milton Nascimento em Nos Bailes da Vida, música que escolho para embalar os sonhos e projetos deste novo ano de 2018. Não sou artista, apenas admirador e seguidor de todos os tipos de arte que ajudam a melhorar a vida. Artistas, com certeza, são os estudantes Rafael Freitas e Ronald Oliveira, alunos da Escola Estadual 2 de Setembro, que aparecem nesta imagem dando os retoques finais nos painéis que decoram os muros frontais da escola que fica em frente ao Coreto da avenida 14 de Março, nestas horas finais de 2017 na chuvosa mas mormacenta Ladário. De pichadores a grafiteiros, de incompreendidos a desenhistas. E assim a sociedade vai mudando a sua maneira de enxergar as atitudes e escolha dos jovens, com a ajuda da educação escolar. O que vocês estão vendo faz parte do Projeto de Grafitagem da escola, que pela segunda vez tem os muros recobertos pela arte dos meninos grafiteiros. É a arte que abraça a escola para torná-la um espaço mais humano, mais acessível e mais atraente para o aprendizado,  juntamente com a literatura, a dança, o teatro e outras interdisciplinaridades. 
A mesma escola lançou em 2017 o Projeto de Rádio, com programas em circuito interno produzido e apresentado pelos alunos, além de uma Aula de Campo na Estrada Parque do Pantanal elaborada pelo professor de História, Jeferson Domingos, recém-formado em Teologia na UCDB. Um grande abraço a todos os que tratam a cultura e a educação com repeito e prioridade, como esperança para melhorar as relações humanas no País. Feliz 2018!

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Poetas corumbaenses lançam 101 Reinvenções


Andresa, Eliney, Denise e Benedito: poetas no 101 Reivenções
Nelson Urt

Lançado simultaneamente em Corumbá, Campo Grande e Dourados, o livro 101 Reinvenções (Editora Life) é uma coletânea de poesias em homenagem a Manoel de Barros. Mais que isso, propõe um estudo sobre a influência da linguagem do poeta sobre a criação literária do Mato Grosso do Sul, de acordo com os organizadores, Ana Maria Bernardellie Fábio Gondim. Poetas corumbaenses e ladarenses reuniram-se neste dia 19 de dezembro na Casa de Leitura Dr.Gabriel Vandoni para lançar o livro, com apoio da Fundação de Cultura do município. Benedito C.G.Lima, presidente da Academia de Literatura e Estudos de Corumbá (Alec),Eliney Gaertner, Denise Campos e Andresa Bernardo, participantes da coletânea,  representaram os colegas escritores no encontro. Em vinte dias, este é o terceiro livro de poesias lançado em Corumbá, e com escritores da região de fronteira. O que comprova os novos tempos da literatura entre nós 40 anos após a criação da Alec por Benedito C.G.Lima. Os garotos rebeldes que fundaram a Alec e decidiram lançar o jornal estudantil Nossa Mensagem e outras publicações literárias nos anos 1970 hoje, veteranos, são os porta-vozes culturais da cidade. 
Poetas naturalmente influenciados pela transgressão poética de Manoel de Barros, mas que também encontram na rica natureza pantaneira, na herança do antigo Mato Grosso e nos vizinhos hermanos paraguaios e bolivianos uma identidade de fronteira e um jeito peculiar de ver e contar a vida. Como nestes versos do poeta Eliney Gaertner: "Terra de águas, fogo/Ferro, cal, areias/Fim de mundo/Terra branca...Por te amar, fui encantado/Tornei-me tronco/Tenho os pés fincados aqui/A alma já não me pertence/Enraizou na terra!"
Serviço: reserve seu livro "101 Reinvenções" pelo e-mail profandresa1901@gmail.com ou pelo celular 67-998499891.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

A despedida de Beatriz Urt

Beia, entre os filhos Margareth e Nelson: legado para futuras gerações
Pontinhos felizes compõem a grande história de vida de Beatriz Bispo Urt ou simplesmente Beia. Minha mãe. E que mãe! Nunca escrevi sobre ela. Julgava desnecessário cobri-la de elogios. Dancei com ela uma valsa na formatura do ginásio de Ladário. Dancei com ela um bolero quando foi homenageada pelo grupo Bella Idade no SSCH. Beia gostava de dançar. E gostava de dançar mais ainda com seu par predileto, Otávio, meu pai. Disputavam os primeiros lugares nos concursos de dança do Ladário Atlético Clube. Beia gostava de cantar, de costurar, de preparar comidas deliciosas. Gostava de artesanato. Gostava de se vestir bem, de se pentear bem, de se apresentar bem, e até montou um salão de beleza em Ladário. Era devota de Nossa Senhora dos Remédios e pertenceu à Legião de Maria. Juntos, íamos à Missa do Galo para celebrar a passagem do ano. Juntos, fomos acampar na beira da represa de Jurumirim, em Avaré. Moramos juntos em São Paulo. E juntos praticamos a Arte Mahikari. Beia passou 27 anos de sua vida sem Otávio, vítima de ataque cardíaco em 1990.Mas não desistiu da vida. Morou com a irmã Biri em Natal e se divertiu na praia da Redinha. Juntos, passamos uma temporada em São Paulo. Celebramos um Réveillon juntos e brindamos com champanhe na avenida Paulista. Enfim, Beia sempre esteve presente nos melhores momentos de minha vida. Pontinhos felizes que na teoria do Eterno Retorno, de Nietzsche, compõem o que conhecemos por felicidade, porque gostaríamos que durassem para sempre. Neste 14 de dezembro, aos 93 anos, ela deu o último suspiro e se desligou serenamente deste mundo material, deixando dois filhos - eu e  Margareth - sete netos, onze bisnetos, e como legado a herança de como viver com dignidade. Reorganizou-se como partículas de energia no infinito. "Foi uma referência como mãe de família, algo que está em falta nos dias de hoje", definiu o diácono Victor, na sua oração de despedida na Capela Cristo Rei.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Banda leva a polca rock ao Campus Pantanal

Rodrigo Sater, Guga Borba, Jerry e Leandro no Campus Pantanal
Nelson Urt

No show que marca os 40 anos de criação de Mato Grosso do Sul,  a banda Clube do Litoral Central levou nesta terça, 12 de dezembro, para a unidade 2 do Campus Pantanal (CPAN) da UFMS, em uma hora, uma seleção de suas melhores canções e apresentou para a nova geração a polca rock. Como diz o nome, um mix da frenética polca paraguaia com os acordes das guitarras do rock. Para quem gosta de boa música, um show completo, de raízes, que reune as principais vertentes da música de Mato Grosso do Sul. A banda abriu a apresentação com Vida Cigana (de Geraldo Espíndola) e encerrou com Polca Outra Vez, composição de Geraldo Roca que recebeu novo arranjo do grupo.
Ju Souc: baterista e vocal
O Clube do Litoral Central trouxe a Corumbá Rodrigo Sater, Ju Souc, Jerry Espindola, Guga Borba, Leandro Perez e Rodrigo Teixeira. Um dos destaques é a vocal e baterista Juliana de Souza Conceição ou simplesmente Ju Souc, revelação da música regional. Rodrigo Teixeira e Jerry Espíndola integram o grupo Hermanos Irmãos (ao lado de Márcio de Camilo).
Escritor e pesquisador, mestre em Comunicação pela UFMS, Rodrigo Teixeira lançou recentemente o livro Prata da Casa, um panorama histórico sobre os pioneiros da música de MS, pela Editora UFMS, à venda na Casa do Artesão de Campo Grande.
O show é resultado da parceria do Governo do Estado e o projeto de extensão da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Excelente iniciativa para incrementar o calendário cultural de Corumbá, ainda carente de bandas que possam formar uma plateia habituada a ouvir o som das raízes da música regional. A sugestão é para que o show se repita na semana de calouros de 2018 no anfiteatro Salomão Baruki. (fotos: Navepress).