sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Entre tuiuiús e capivaras na Estrada Parque

A chuva da madrugada refrescou o clima e deu uma trégua para o calor que havia dias vinha batendo perto de 40 graus. Ainda debaixo de sol forte, mas muito bem acompanhado pelo motorista e amigo Ernani, por cobras, lagartos, tuiuiús, veados campeiros, capivaras, jacarés e outros bichos cruzamos a Estrada Parque, também conhecida como Estrada Boiadeira ou Estrada da Manga. Viagem que não tem preço, espetáculo a céu aberto esculpido pela natureza e preservado, com duras penas, pelo homem pantaneiro. Fomos ver algumas pousadas que haviam sido fechadas pela Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor e do Meio Ambiente. Os mochileiros, quase todos estrangeiros, buscam lugares rústicos, simples, quase selvagens, e algumas pousadas estavam confundindo esse sabor de aventura com insalubridade, e por isso foram fechadas. Pousadas da Estrada Parque precisam servir como cartão de visita do Pantanal – limpas e muito bem estruturadas. Para o mochileiro que vem da Suíça, Holanda, Alemanha vir, gostar e voltar.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Escrever é ouvir o barulho do mundo

Escrever é ouvir o barulho do mundo. Certas frases, como esta, merecem ser publicadas e republicadas, lidas e relidas. Porque ficam para sempre. Ela foi dita pelo escritor francês Jean-Marie Gustave Le Clézio nesta quinta-feira, 9 de outubro, ao receber a notícia de que tinha sido premiado com o Nobel de Literatura. "Escrever não é só se sentar à mesa consigo mesmo, é ouvir o barulho do mundo. Quando você está na posição de escritor, percebe melhor o barulho do mundo, vai ao encontro do mundo", afirmou Le Clézio em Paris. O autor defendeu a leitura de romances como antídoto para os problemas do mundo. "Ler romances é uma boa forma de interrogar o mundo atual sem que o resultado seja uma resposta esquematizada. O romancista não é um filósofo, não é um técnico da língua, é alguém que faz perguntas", destacou o autor de "O Deserto" (1980) e "Le Procès-Verbal" (1963). Le Clézio afirmou se sentir francês, mas disse que sua pátria está nas ilhas Maurício, ex-colônia francesa de onde procede sua família. Além disso, o escritor se definiu como um apaixonado pelo México e a cultura latino-americana.