Em
um parque na cidade de de Cali, na Colômbia, ainda é possível encomendar
cartas de amor. É o que retrata o curta-metragem “Contrato de Amor”, da gaúcha Thais Fernandes, exibido na quinta edição do Festival do Júri Popular no auditório do Instituto Moinho Cultural. O conhecido Parque dos Poetas (foto) é o reduto de redatores que ainda trabalham à moda antiga,
tecendo seus textos com velhas máquinas de datilografar Olivetti, que para o resto da
humanidade teriam ficado obsoletas e hoje são peças de museus. Mas aqueles
teclados estridentes e seus inspirados escritores são capazes de produzir
frases encantadoras para os que buscam conquistar (ou reconquistar) a mulher (ou o homem)
amada. Em Corumbá, o poeta Benedito C.G.Lima lançou o Varal da Poesia, poemas
que qualquer um pode dependurar em praça pública, ideia que tem tudo a ver com o Parque dos Poetas da Colômbia. Poesias que podem se descortinar em qualquer
canto da cidade, como as que são escritas por Eliney Gaertner, que me revelou
seus originais durante um almoço no restaurante Panela Velha, no centro de
Corumbá. Selecionei uma de suas poesias, “Justo e Perfeito”, que aqui compartilho com os
navegantes: “Estamos no lugar onde devemos. Em quaisquer situações aprendendo;
em circunstâncias diversas da vida; nem mais, nem menos do que merecemos. Em
tudo há uma ordem perfeita; tudo está justo, nada em desatino. Seguimos por
caminhos diferentes, mas a vida nos leva a um só destino”. Sublime poesia. Eliney é pai da jornalista Livia Gaertner, talento fulgurante da equipe do Diário Corumbaense.