As mulheres estão na linha de frente da política
nacional. No Brasil, Dilma, Marina e Luciana Genro protagonizaram os mais
brilhantes momentos do último debate de candidatos pela Rede Globo, ora se
defendendo, ora dando cutucadas desconcertantes no neoliberal Aécio e no direitista
Fidelix. Deram um banho de democracia como legítimas representantes das conquistas dos movimentos sociais iniciados nos anos 70 pelas causas feministas, de gênero, sexo e religião. A luta delas é antiga e marcada por sangue, suor e lágrimas em todo o mundo. São famosas as Mães da Praça de
Maio clamando por justiça e pelo retorno dos filhos desaparecidos durante a ditadura militar
na Argentina. Inspiraram "La História Oficial', filme estrangeiro vencedor do Oscar, e até hoje, 50 anos
após o fim da ditadura, "las madres" circulam a Praça de Maio, em Buenos Aires, com as cabeças cobertas por seus
lenços brancos, que se tornaram símbolos do movimento. Na Grécia antiga, a peça
teatral Lisístrata, encenada em 411 antes de Cristo, retratava a “greve do sexo”
decretada pelas mulheres de Atenas como forma de acabar com a guerra entre
Atenas e Esparta e manter seus maridos mais tempo perto delas. Peça que inspiraria Chico
Buarque a compor “Mulheres de Atenas” dois milênios depois: “mirem-se
no exemplo, daquelas mulheres de Atenas; geram por seus maridos, os novos filhos de Atenas”. Em Corumbá, neste Outubro Rosa, mulheres de atitude e
responsabilidade social cobrem as cabeças com lenços em solidariedade à luta
pela preservação e orientação contra o câncer, que decepa lares tanto quanto as
guerras. Lenços cobrem as cabeças mas desvendam o desejo e a consciência delas pela necessidade de um sistema de saúde justo, acessível
e igual para todos. Entre elas estavam as integrantes do Conselho Municipal
dos Direitos da Mulher e da Gerência de Articulação de Políticas Públicas para
a Mulher (na imagem da Agência Navepress), que iniciam a formação de um fórum e de um Plano Municipal das Mulheres em
Corumbá.