domingo, 6 de fevereiro de 2011
Eis o Silvio Santos da aldeia terena
Se cada índio tivesse a oportunidade de sobreviver com o que aprende com seus ancestrais sobre a natureza, vendendo esse conhecimento para o homem branco, seria o fim da crise indígena no País. O índio terena Kolinã, que passou por Corumbá e Ladário vendendo ervas medicinais, é um exemplo vivo de como o nativo é capaz de gerar renda e emprego com os dons naturais. Neto de um feiticeiro da aldeia de Taunay, por onde passava o saudoso Trem do Pantanal, na região de Aquidauana, Kolinã é um comunicador nato, capaz de relatar a propriedade de cada uma das 54 ervas medicinais que vende. E ganha bem pelo que faz. Por cada garrafada – uma mistura de água mineral com 24 tipos de ervas – ele cobra 20 reais. Com um microfone preso ao pescoço, ele fala sem parar durante duas horas, transmite o que sabe, conta casos e piadas, comunica-se como um Silvio Santos das selvas. Os olhares de respeito e admiração do povo da cidade provam que o indígena, mesmo longe da aldeia, continua sendo respeitado como um sábio da natureza.
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