segunda-feira, 28 de março de 2011
O apocalipse do nosso coração
Imaginamos às vezes que os terremotos são problemas dos japoneses. Não é bem assim. Na verdade, visíveis ou invisíveis, os impactos da fúria da natureza se propagam por todo o planeta, tanto na parte física como na espiritual. O mundo está mudando aceleradamente. A terra passa por uma transformação. Ela treme, desmorona, é coberta por águas, e dominada pelo fogo. Há picos de calor e de frio intensos. Deus sacode a terra e cada um dos seus seres viventes. Sacode a mim, a você, a todos nós. Sacode o nosso coração. Pede justiça e verdade. É hora de eu, você, ele e ela parar para refletir o que estamos fazendo certo ou errado. É hora de agirmos dentro da lei, da honestidade, da paz de espírito. Por ser o Oriente o centro da origem espiritual, tudo começa por lá. Mas é por meio do Oriente que é enviado um recado para mim, para você, para todo mundo. Pense, reflita, mude, viva de acordo com a verdade. É o fim do mundo. Do mundo do mal.
terça-feira, 8 de março de 2011
Império das estrelas e da paixão pelo Carnaval
São 2h38 da madrugada desta terça de Carnaval e meu olhar percorre a agitada avenida General Rondon, onde as últimas alas da Império do Morro desfilam diante do palco oficial, enquanto uma multidão faz o tradicional arrastão atrás da escola. Pelo fone de ouvido esquerdo acompanho a transmissão da FM Transamérica, na qual o apresentador Chicão, do alto de sua experiência, acaba de divulgar a sua escolha – na sua opinião, vai dar Império. Fico com ele. Acho que a Império esteve um passo à frente das demais. Não sei como vai ser na cabeça dos jurados, mas a Império ainda é a escola a ser batida, porque vence pelos detalhes da harmonia, das fantasias, do samba, do enredo, da vibração, do calor da torcida. Tudo a Império sabe fazer bem feito. A rainha Carol Duarte foi a Lua, a madrinha Lucilinha (nesta imagem que colhi enquanto conversava com ela na concentração) retratou Estrelas, alas desfilaram como maias, incas e astecas, o dragão cuspiu faíscas e fumaça, o samba empolgou a multidão, enfim, a Império mais uma vez sobrou na avenida. Na subida da Frei Mariano encontro uma amiga, fanática pela Vila Mamona. “Estou triste pela Vila. Vai dar Império, sem dúvida”, falou. Tristeza de uns, alegria de outros – mas no fundo quem vence é a alegria e a paixão pelo Carnaval.
sábado, 5 de março de 2011
O discreto charme das Meninas Direitinhas
Ladário tinha um bloco chamado Meninas Direitinhas, nome tirado da marchinha que tanto sucesso fez na voz de Emilinha Borba nos anos 60. É assim a letra da marchinha: “Menina direitinha, que pensa no futuro, não chega tarde em casa, nem namora no escuro; não anda de garupa de lambreta, sem ordem da mamãe, ela não sai; ai, ai, ai, menina, cuidado pra você não dar desgosto pro papai, menina!”. O bloco renasceu nesta sexta-feira, 4 de março. Renasceu graças ao empenho da professora Beth, do comandante De Castro, do prefeito José Antonio, do deputado Paulo Duarte e de outros tantos batalhadores que querem fazer um Carnaval cada vez melhor. As Meninas Direitinhas abriram o Carnaval de Ladário e renderam um tributo a Myrtes Urt, a fundadora do bloco. Mulher de muitas façanhas era minha santa tia Myrtes. Só para se ter uma ideia, foi a pessoa que me sacudiu e me arrumou o primeiro emprego, como balconista, montador de armários e entregador de gás da Casa Santos Sabatel. Ela jogava e comandava o time de vôlei de Ladário, um belo time, que tinha Cizinha, Leonice, Margareth, Biga. E como naqueles tempos machistas só havia bloco de marmanjos, ela decidiu fundar um bloco só de mulheres, e as moças eram quase todas do time de vôlei. Hoje, quarenta anos depois, quando nessa sexta-feira de garoa vejo nossas Meninas Direitinhas entrando na avenida, percebo emocionado que o Carnaval de Ladário acaba de reescrever com letras douradas mais um capítulo do resgate de sua história. Obrigado, tia Myrtes! Nossas meninas, direitinhas, belas e formosas, estão de volta!
quinta-feira, 3 de março de 2011
Lucilinha, um desfile de campeã
São duas e meia da madrugada desta sexta-feira de Carnaval e acabo de sair do Corumbaense, debaixo de uma santa e refrescante garoa. Despeço-me de André Navarro, que apresentou ao lado de Joel de Souza o Desfile de Fantasias, e tomo o rumo de casa, atravessando a avenida Rio Branco rumo a Ladário. Acabo de ver um grande desfile, especialmente de Lucilinha Victorio, com a fantasia Jaci, a Adorada do Sol. Houve um empate de 327 pontos na primeira colocação da categoria Originalidade, e os jurados decidiram por bem deixar Lucilinha em segundo e Jonir Figueiredo, com Pantaneiro Guiacuru, Protetor das Peles, em primeiro. Mas, cá entre nós, Lucilinha estava bem mais completa, deslumbrante, arrebatadora. E merecia ser campeã. Parte do público, como eu, também não gostou da decisão dos jurados – e tome vaia. Quem quiser ver mais Lucilinha é só ver o desfile da Império do Morro nesta segunda. Lá na Império ela é Rainha. E uma das minhas candidatas à musa mais bela do Carnaval.
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