sábado, 5 de março de 2011

O discreto charme das Meninas Direitinhas


Ladário tinha um bloco chamado Meninas Direitinhas, nome tirado da marchinha que tanto sucesso fez na voz de Emilinha Borba nos anos 60. É assim a letra da marchinha: “Menina direitinha, que pensa no futuro, não chega tarde em casa, nem namora no escuro; não anda de garupa de lambreta, sem ordem da mamãe, ela não sai; ai, ai, ai, menina, cuidado pra você não dar desgosto pro papai, menina!”. O bloco renasceu nesta sexta-feira, 4 de março. Renasceu graças ao empenho da professora Beth, do comandante De Castro, do prefeito José Antonio, do deputado Paulo Duarte e de outros tantos batalhadores que querem fazer um Carnaval cada vez melhor. As Meninas Direitinhas abriram o Carnaval de Ladário e renderam um tributo a Myrtes Urt, a fundadora do bloco. Mulher de muitas façanhas era minha santa tia Myrtes. Só para se ter uma ideia, foi a pessoa que me sacudiu e me arrumou o primeiro emprego, como balconista, montador de armários e entregador de gás da Casa Santos Sabatel. Ela jogava e comandava o time de vôlei de Ladário, um belo time, que tinha Cizinha, Leonice, Margareth, Biga. E como naqueles tempos machistas só havia bloco de marmanjos, ela decidiu fundar um bloco só de mulheres, e as moças eram quase todas do time de vôlei. Hoje, quarenta anos depois, quando nessa sexta-feira de garoa vejo nossas Meninas Direitinhas entrando na avenida, percebo emocionado que o Carnaval de Ladário acaba de reescrever com letras douradas mais um capítulo do resgate de sua história. Obrigado, tia Myrtes! Nossas meninas, direitinhas, belas e formosas, estão de volta!

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