domingo, 3 de abril de 2011

Mensagem para todo mundo


E-mail enviado de Tóquio pela japonesa Chieko Aoki a sua amiga Lya Luft, colunista da revista Veja: “O número de vítimas fatais é ainda incerto, porque sumiram cidades inteiras com todos os seus habitantes. As palavras que mais se pronunciam aqui são: gambaru (vou me empenhar, fazer o melhor que posso), gamam (vou aguentar, ter paciência), kansha (gratidão), tasukeai (cooperação mútua). As próprias vítimas dizem que devem ser os primeiros a se ajudar, porque sabem o quanto o outro está sofrendo com as perdas de familiares e tudo o que construíram. Por exemplo, um médico foi salvo e estava num abrigo, mas não encontrou nem a esposa nem os filhos. Mesmo assim ele atende e medica as vítimas enquanto um outro sai à procura do nome de seus familiares nas listas de vítimas fatais. Cada um contribui da melhor forma para amenizar tanta dor”, conclui Chieko. Religiosidade, filosofia, disciplina, trabalho, tenacidade, coragem heroica, respeito e amor pela sua terra – assim Lya Luft vê hoje os japoneses, que comparou a formiguinhas que se agigantam. Por meio delas, da construção e da reconstrução da vida, Deus conversa comigo, com você, com ele, com ela, com o mundo. Captei esta mensagem, e a salvei na minha consciência.

sábado, 2 de abril de 2011

É preciso ter coragem: agir com o coração

Nesta primeira noite de sábado de abril, chuvosa, romântica e melódica, enquanto ouço sucessos dos anos 80, volto ao tema “o apocalipse do nosso coração”. Para tudo na vida é preciso ter coragem, palavra que vem do grego e significa “agir com o coração”. Nesses tempos de catástrofes entremeadas por terremotos, tsunamis, enchentes, trânsito maluco, loucuras humanas, da morte banalizada, transcrevo aqui um capítulo do livro “Estação das Mariposas”, de minha autoria. “Entre o céu e o inferno, assim é a vida. Apenas alguns andares a separá-los. O desastre não se resume ao Titanic que afunda, ao Concorde que explode na decolagem, ao Columbia que vira uma bola de fogo e mata sete astronautas, ao terremoto e ao tsunami que aniquilam 20 mil japoneses. O desastre pode estar dentro de nós, em um simples gesto, no passo em falso dado por mim, por você, por ele e por ela no dia-a-dia. Na hora da escolha, no discernir entre o certo e o errado. No que parece, mas não é. Na embalagem e no conteúdo. Nem sempre o mais fácil, mais rápido e mais próximo é o melhor caminho. Tomar uma decisão acertada às vezes pode trazer desconforto. Mas o desconforto de hoje é a semente para a felicidade de amanhã. Sábio é aquele que sabe plantar boas sementes para cultivar uma árvore frondosa e colher bons frutos. É aquele que busca a felicidade e, quando a encontra, procura dividi-la com o próximo. Porque quem reparte seu amor com o próximo, que é um filho de Deus, acaba mantendo sintonia com o Pai. É a lei da ação e reação. É a lei da vida”.