domingo, 9 de setembro de 2012
A fanfarra faz amigos
Se você, professora, tiver um aluno
problema no canto da sala, com notas baixas e comportamento arredio, convide-o
para tocar na fanfarra. É uma atitude inteligente para a solução. A fanfarra
integra, socializa, humaniza, faz com que o estudante se sinta parte do grupo,
útil e importante. Se antes as fanfarras se limitavam a seguir em ritmo das
marchas militares, hoje possuem corpo musical e coreografia, dançam no ritmo de
Michael Jackson, do Olodum, do Afro reggae. No começo dos anos 70, quando troquei
o Grupo Escolar de Ladário para iniciar o ensino médio na Escola Estadual Maria
Leite de Corumbá, me senti um estranho no ninho. Mas aquela terrível sensação
de isolamento repentinamente acabou assim que Alexandrino dos Santos, o Mala, convidou-me
para ingressar na fanfarra do Maria Leite. Ganhei uma nova família, passei a me
sentir em casa e chorei quando tive de abrir mão deste mundo encantado para
fazer jornalismo em São Paulo. Hoje sou testemunha de que fanfarra é uma porta
aberta para a inclusão social, a arte, a cultura e a vida. É um prazer ver em
ação uma fanfarra como a Pérola do Pantanal (na foto), que integra toda a comunidade
estudantil de Ladário e, como um coração de mãe, sempre acolhe mais um. Torço
para que o Festival de Fanfarras promovido neste 7 de Setembro em Ladário seja
a semente para muitos outros festivais. E para que um lugar na fanfarra não
seja reservado apenas como prêmio aos que se destacam em salas de aula, mas
principalmente aos estranhos no ninho. Afinal, a fanfarra faz amigos.Que o diga Alexandrino, que se tornou o chargista Malah. Meu amigo Malah.
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