Dos versos sacros de “Nossa Senhora
do Pantanal”, que compôs em parceria com Aurélio Miranda, às marchinhas
irreverentes como “Cururu Feio” ou samba-enredos campeões nas passarelas, Sandro Nemir é dono
de um repertório eclético e consagrado, que marca 50 anos da história da música
regional e dos carnavais de Corumbá. Ficou conhecido na cidade como o “Dono do
Samba”, nem tanto pela mania de batucar nas mesas e cantarolar sempre que vem a
inspiração para compor um verso, mas pela vida inteira dedicada a compor
canções que embalam as maiores festas populares de Corumbá. Para celebrar o
ciclo, ele acaba de gravar o piloto de sua antologia musical no CD “Sandro
Nemir e Parceiros – Melhores Momentos, 50 anos” e busca patrocínio para
lançamento. Neste 25 de janeiro, ele comemorou 71 anos de vida e 50 como
compositor, mas o maior presente, como reconhece, havia ganho em dezembro: o
título de cidadão corumbaense dado pela Câmara. Cuiabano de nascimento e com
raízes libanesas, passou a infância em Ponta Porã, veio com os pais em 1959
para instalar uma padaria em Corumbá. O primeiro caso de amor do jovem na
cidade chamava-se Marilena, a Naná. Ao saber que a moça era fã de Roberto
Carlos, passou a cantarolar músicas e usar as facetas do rei da Jovem Guarda
para iniciar o namoro. Casaram-se, tiveram um casal de filhos e em dezembro de
2013 celebraram as Bodas de Ouro. Poucos casais têm esse privilégio hoje em
dia, não é mesmo?! Visitei Nemir e Naná em uma charmosa vila da rua Delamare, em Corumbá, onde moram, e mais uma vez pude comprovar que a felicidade bate à porta dos mais simples, virtuosos e verdadeiros. Veja o perfil completo de Nemir no canal Reportagens deste
blog. Foto: Agência Navepress.
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
O Mestre da Viola de Cocho
Assim
canta e encanta o cururueiro: “Cortei um pé de seriguela, do fundo do meu
quintal, pra fazer uma viola e cantar meu amor por ela”. O cururu vai embalar a
roda do siriri, a dança típica do Pantanal, na noite de São Sebastião, 20 de
janeiro. Para Sebastião Brandão, a festa vai ter um sabor especial neste dia,
quando completa 70 anos bem vividos. Nascido no Pantanal do Castelo, mas
registrado como cidadão ladarense, ele rompeu 2014 com o título de Mestre da
Viola de Cocho concedido pelo Ministério da Cultura, selecionado no Prêmio
Culturas Populares, Edição Mazzaropi. Além do prêmio material de R$ 10 mil está o
reconhecimento à obra de um pantaneiro que, muito tempo antes, já era considerado um
mestre na cadeia de montagem da viola de cocho, o instrumento típico do
Pantanal do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso. Ele escolhe e corta a árvore
adequada, separa troncos e galhos, molda a madeira com facão e talhadeira,
coloca as cinco cordas de nylon, afina, toca e canta o curururu. E tudo isso
ele vai ensinar em uma oficina, em Ladário, a 420 km da Capital, a seus alunos,
após ter um projeto aprovado pela Lei Rouanet de incentivo à cultura. Visitei o galpão onde Sebastião produz as violas de cocho, em uma casa com jeito de sítio, entre cães, galinhas e pintinhos, na rua Afonso Pena, bairro Almirante Tamandaré, em Ladário, e trouxe de lá uma bela história, que o leitor pode conferir no canal Reportagens deste blog.
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