Assim
canta e encanta o cururueiro: “Cortei um pé de seriguela, do fundo do meu
quintal, pra fazer uma viola e cantar meu amor por ela”. O cururu vai embalar a
roda do siriri, a dança típica do Pantanal, na noite de São Sebastião, 20 de
janeiro. Para Sebastião Brandão, a festa vai ter um sabor especial neste dia,
quando completa 70 anos bem vividos. Nascido no Pantanal do Castelo, mas
registrado como cidadão ladarense, ele rompeu 2014 com o título de Mestre da
Viola de Cocho concedido pelo Ministério da Cultura, selecionado no Prêmio
Culturas Populares, Edição Mazzaropi. Além do prêmio material de R$ 10 mil está o
reconhecimento à obra de um pantaneiro que, muito tempo antes, já era considerado um
mestre na cadeia de montagem da viola de cocho, o instrumento típico do
Pantanal do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso. Ele escolhe e corta a árvore
adequada, separa troncos e galhos, molda a madeira com facão e talhadeira,
coloca as cinco cordas de nylon, afina, toca e canta o curururu. E tudo isso
ele vai ensinar em uma oficina, em Ladário, a 420 km da Capital, a seus alunos,
após ter um projeto aprovado pela Lei Rouanet de incentivo à cultura. Visitei o galpão onde Sebastião produz as violas de cocho, em uma casa com jeito de sítio, entre cães, galinhas e pintinhos, na rua Afonso Pena, bairro Almirante Tamandaré, em Ladário, e trouxe de lá uma bela história, que o leitor pode conferir no canal Reportagens deste blog.
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