Quem é quem na Corte de Momo

Um enfermeiro e uma vigilante vão comandar o Carnaval de Corumbá. Ele, Paulo César Boaventura Silva, corumbaense de 40 anos. Ela, Elisandra Melo da Silva, ladarense de 41. É o primeiro reinado de Paulo César, que em 2014 foi passista da Pesada, da Império do Morro e da Acadêmicos do Pantanal. É o segundo reinado de Elisandra, que no ano passado foi a Rainha do Carnaval de Ladário. Ela então se mudou em 2014 para Corumbá, onde já trabalhava como vigilante patrimonial em uma empresa de segurança, especialmente para concorrer à Corte de Momo e realizar um de seus sonhos. Ele, solteiro; ela, mãe de dois filhos. Se depender da vontade da Corte, o Carnaval será uma festa saudável e com muita segurança. “Beber todo mundo bebe, mas é preciso beber com moderação, a saúde e a segurança devem vir em primeiro lugar”, afirmou ao blog o Rei Paulo César, logo após vencer o concurso no Porto Geral. Alertar e lembrar nunca é demais em um País em que o uso abusivo do álcool está associado aos crimes na cidade e acidentes nas estradas. Ele também destacou a liberdade de expressão. “Respeitar a diversidade, o limite de cada um, porque no Carnaval você sempre libera algo mais, e todo mundo tem o direito de ser o que é”, afirmou. O ex-Rei Momo Anderson Nunes gostou do resultado. “A Corte ficou em boas mãos, o Paulo César e a Elisandra dançam muito bem e vão formar um belo par”, opinou. O prêmio de R$ 1500 para o rei e a rainha pela dedicação integral durante cinco noites de folia acaba sendo irrelevante diante da grandeza de se tornarem celebridades no maior Carnaval do Centro-Oeste. A escolha da Corte de Momo marcou a abertura oficial da grande festa popular que o blog acompanha em detalhes até a madrugada de quarta-feira de cinzas. (Foto: Vinicius Boaventura)

É hora de respeitar e entender as escolhas

As águas mansas do rio Paraguai nascem na Chapada dos Parecis, no Mato Grosso, descem em direção a Corumbá, a capital do Pantanal de Mato Grosso do Sul, e percorrem mais de 2600 km até desaguarem no rio Paraná. Um dos trechos mais bonitos é quando descrevem a curva diante do Porto Geral de Corumbá e beijam a ponte de captação que abastece a cidade. Por aqui costumam dizer que o povo corumbaense é calmo e sereno como as águas do seu rio, e que prefere se manifestar por meio da alegria no Carnaval e pela fé nas festas religiosas. Enquanto isso, do outro lado do mundo ocidental fervilham manifestações contra os atentados em Paris, a neve e a chuva castigam diferentes regiões do planeta e a seca ainda afeta uma parcela de cidadãos paulistanos. Em contraposição, a vida à beira das águas do rio Paraguai com certeza contém a dádiva divina de um oásis aos que escolheram ou foram enviados para este bioma que merece ser preservado com muito carinho e respeito, pois é responsável por grande parte da sustentabilidade do planeta. Por aqui gozamos paz e serenidade, mas entrelaçamos nossas mãos e corações aos que padecem diante dos conflitos provocados pela intolerância. Que nos sirvam de lição e nos levem a reforçar nossas atitudes de compreensão e respeito ao próximo e suas convicções religiosas, suas preferências políticas, suas escolhas sexuais e sociais. Que 2015 e os próximos anos sejam serenos como as águas do rio Paraguai, e que todos possam retribuir as bênçãos divinas com uma vida radiante. Mas como ser radiante em um mundo que parece conspirar para o sofrimento? Como resposta, deixo aqui uma mensagem que recebi de um orientador ao sair de um encontro na sede da Mahikari, em Campo Grande, na abertura do ano: “Precisamos estar conscientes de que o dia de hoje jamais retornará”. Portanto, vivam e aproveitem este dia como se fosse o último, com atitudes positivas, sem culpar, nem julgar, com um olhar de compreensão aos valores do outro. Isso é ser radiante.