As águas
mansas do rio Paraguai nascem na Chapada dos Parecis, no Mato Grosso, descem em
direção a Corumbá, a capital do Pantanal de Mato Grosso do Sul, e percorrem
mais de 2600 km até desaguarem no rio Paraná. Um dos trechos mais bonitos é
quando descrevem a curva diante do Porto Geral de Corumbá e beijam a ponte de
captação que abastece a cidade. Por aqui costumam dizer que o povo corumbaense
é calmo e sereno como as águas do seu rio, e que prefere se manifestar por meio
da alegria no Carnaval e pela fé nas festas religiosas. Enquanto isso, do outro
lado do mundo ocidental fervilham manifestações contra os atentados em Paris, a
neve e a chuva castigam diferentes regiões do planeta e a seca ainda afeta uma
parcela de cidadãos paulistanos. Em contraposição, a vida à beira das águas do
rio Paraguai com certeza contém a dádiva divina de um oásis aos que escolheram
ou foram enviados para este bioma que merece ser preservado com muito carinho e
respeito, pois é responsável por grande parte da sustentabilidade do planeta. Por
aqui gozamos paz e serenidade, mas entrelaçamos nossas mãos e corações aos que
padecem diante dos conflitos provocados pela intolerância. Que nos sirvam de
lição e nos levem a reforçar nossas atitudes de compreensão e respeito ao
próximo e suas convicções religiosas, suas preferências políticas, suas escolhas
sexuais e sociais. Que 2015 e os próximos anos sejam serenos como as águas do
rio Paraguai, e que todos possam retribuir as bênçãos divinas com uma vida
radiante. Mas como ser radiante em um mundo que parece conspirar para o
sofrimento? Como resposta, deixo aqui uma mensagem que recebi de um orientador
ao sair de um encontro na sede da Mahikari, em Campo Grande, na abertura do ano:
“Precisamos estar conscientes de que o dia de hoje jamais retornará”. Portanto,
vivam e aproveitem este dia como se fosse o último, com atitudes positivas, sem
culpar, nem julgar, com um olhar de compreensão aos valores do outro. Isso é
ser radiante.
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