Professor José Ângelo Motti proferiu palestra no Moinho Cultural |
Há filmes como “Confiar” (drama, EUA, 2010), que reproduz um caso de
pedofilia que resulta em abuso sexual contra uma garota de 14 anos, seduzida por
um adulto via internet. Há relatos da vida real que tornam esse contexto ainda
mais ameaçador para pais que se sacrificam em educar e garantir uma vida
saudável e digna a suas crianças, mas que se deparam com a violência de um
desconhecido ou alguém da propria familia. Entre os educadores responsáveis e conscientes, há um esforço coletivo
para fazer com que crianças, adolescentes e jovens valorizem a autoestima, a proteção
e o controle total sobre seus corpos, o sentido do pertencimento que os torna
capazes de detectar e impedir a invasão de privacidade. Contudo, com o advento
da internet e a exposição desenfreada da vida íntima nas redes sociais, isso se
tornou impraticável. A situação está praticamente fora de controle. E mais:
crescem os números de gravidez precoces, gestantes de dez, doze anos, e casos
de prostituição entre menores. Por isso, resta aos educadores alertar,
conscientizar e fazer valer o direito ao pertencimento, à liberdade, à
privacidade, enfim, aos direitos humanos. Quem conhece a si mesmo torna-se mais bem preparado para lidar com o mundo desconhecido. Programas como o Proteger é Preciso
vieram para somar às lutas de centenas de instituições idôneas que buscam fazer
valer os direitos de crianças e adolescentes. Neste dia 6 de outubro, quase 500
pessoas, entre estudantes, funcionários, colaboradores e autoridades
participaram do lançamento do Concurso de Redação do Programa Proteger é
Preciso, na sede do Moinho Cultural, no Porto Geral. O tema do concurso é
“Direitos Sexuais são Direitos Humanos”.
As inscrições estão abertas e o concurso vai premiar os ganhadores –
alunos e professores da rede pública de ensino de Corumbá e Ladário - com
notebooks e tablets. O concurso corresponde a uma das etapas do Programa Proteger
é Preciso, executado pelo Moinho em parceria com a Vale e Fundação Vale, como
forma de desenvolver ações integradas de prevenção e combate à violência sexual
contra crianças e adolescentes. A vice-prefeita Márcia Rolon, fundadora do
Moinho, revelou que números do censo IBGE dando conta que vivem hoje em Corumbá
12.567 crianças e adolescentes dos 12 aos 17 anos. E que o programa já atendeu
2.825 deles. O gerente de Circulação e Operações do Centro-Oeste da Vale
Mineradora, Antônio Sérgio da Silva Mello, destacou a parceira com o Moinho e a
amplitude do programa, que se alinha aos objetivos comuns ao promover a
valorização e a proteção da vida de seres humanos. Palestra sobre o tema foi
proferida pelo professor José Ângelo Motti, coordenador da Escola de Conselhos
da UFMS e um dos idealizadores do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Nenhum comentário:
Postar um comentário