Grupo de dança da Bolívia brilhou na Praça Independência |
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A Feira do Imigrante reuniu
na Praça Independência, neste sábado, 22 de junho, grupos de música, poesia,
teatro, artesanato e culinária que traduziram a cultura de povos que aqui
chegaram no século passado e contribuíram para a formação de Corumbá, Ladário,
Puerto Quijarro, Arroyo Concepción e Puerto Suarez.
Esta foi a primeira
edição da Feira do Imigrante, organizada pelo Circuito Imigrante (CI), Comitê de
Atenção do Imigrante, Refugiado e Apátrida e pela Pastoral da Mobilidade
Humana, com apoio da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS),
Ministério Público Federal (MPF) e Prefeitura de Corumbá. A coordenação do CI é do professor Marco Aurélio Machado de Oliveira, neste ano com três grupos de ação: Cultura, Institucional e da Mulher.
Bolivianos de Puerto Suarez trouxeram a dança |
Um dos pontos altos do
evento foi a apresentação do Coral do Moinho Cultural contando com crianças
bolivianas de Puerto Quijarro, que comoveram os pais e os visitantes ao
cantarem o Hino das Américas. Eles vieram acompanhados dos pais e a maioria se
apresentava pela primeira vez em Corumbá. O coral contou com a regência do
maestro venezuelano Jesus Zacarias, professor de música do Moinho Cultural.
Outra apresentação muito aplaudida foi o grupo de dança de Puerto Suarez.
Os poetas foram
representados pelo escritor Benedito C.G. Lima, que recitou o Poema do Imigrante,
por uma performance dos parceiros Anibal Monzon e Virgilio Miranda, integrantes
do Grupo Argos de Teatro, e por Marcos Gonzaga, integrante do grupo Resiliência
de poesia social.
A Cia. de Teatro Maria
Mole, dirigida pela produtora cultural Bianca Machado, contou com uma
performance da atriz Aline Galvarro revivendo a chegada de uma imigrante a Corumbá no
século passado.
Nações tiveram representantes no encontro |
Dois personagens reais dessa bela história compareceram neste
sábado à Praça Independência: os bolivianos Herman e Consuelo Zapata, casal
radicado há 35 anos em Corumbá, com três filhos e quatro netos corumbaenses.
“Pátria é aquela que dá o pão”, lembrou Herman, citando frase de um pensador
argentino. “Somos muito gratos a Corumbá, que para nós foi como encontrar o
paraíso”, acrescentou.
Os palestinos tiveram
como porta-voz o comerciante e pecuarista Antar Mohamed, que chegou a Corumbá
em 1968, fugindo da Guerra dos Seis Dias, no confronto entre Palestina e
Israel. “Vim para Campo Mourão, no Paraná, onde já estava o meu pai, e depois a
Corumbá, onde fui muito bem acolhido e me estabeleci”, lembrou.
O agricultor Rubem
Alonso, do Assentamento 72, de Ladário, trouxe suas verduras e legumes sem
agrotóxicos, dando início à proposta de tornar a feira também um ponto
de venda de produtos naturais que já são comercializados nas sedes da UFMS
(avenida Rio Branco) nas manhãs de terça, na IFMS às quintas e na Embrapa
Pantanal às sextas.
A culinária paraguaia
contou com saboroso cozido Vory-Vory preparado por dona Anúncia,
enquanto a cozinha boliviana trouxe as deliciosas salteñas de Arturo Ardaya.
Também não faltaram o arroz de carreteiro e o risoto. E o Grupo de Mães da Cidade Dom Bosco, coordenado por Lindivalda dos Santos.
Três migrantes
haitianos compareceram ao evento e um deles, Tomás Gregoly, com documentação
regularizada e domínio do português, busca emprego na cidade como eletricista. Eles
estão na Casa de Passagem, na rua Edu Rocha, um dos pontos de apoio aos
migrantes que cruzam a fronteira, administrada pela Prefeitura de Corumbá.
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