sábado, 3 de julho de 2010

Seleção teve a cara de Dunga e pouco do Brasil


Certa vez, na disputa da final da Copa Mercosul do ano 2000, no Parque Antártica, o Palmeiras meteu 3 a 0 no Vasco no primeiro tempo e achou que o jogo estava ganho. Voltaram para campo no segundo tempo com a intenção de apenas cozinhar o galo, achando que o Vasco estava derrotado. Engano. Com três gols de Romário e outro de Juninho Paulista, o Vasco virou o jogo para 4 a 3 e levou a taça de campeão para o Rio. Este filme se repetiu mais ou menos em Port Elizabeth, na África do Sul. O Brasil disputou um primeiro tempo soberbo, fez 1 a 0, e achou que sua vitória seria encaminhada normalmente no segundo tempo. Engano. Foi a vez da Holanda jogar, aproveitando-se da prepotência e do nervosismo que se abateu sobre o time brasileiro. Quando nossos jogadores voltaram para campo segundo tempo, deixaram suas almas no vestiário. Dunga chegou a essa Copa com o grupo fechado, como se diz no jargão futebolístico. E de fato conseguiu passar para o grupo todo seu destempero e arrogância. Tanto que vimos até o criativo Robinho, o melhor jogador brasileiro nessa Copa, ter um chilique em campo ao ser pressionado pela marcação holandesa. Enfim, contamos com um time de não-me-toque, que já chegou à Copa com baixo rendimento físico, com padrão tático tímido para o porte de nossa seleção, e emocionalmente aos frangalhos, sentindo o peso de serem vistos e cobrados como os melhores do mundo. Somos de fato os melhores? Acompanhem o restante da Copa do Mundo e tirem suas conclusões. Quem sabe tiramos lições para montarmos um time de melhor qualidade técnica e tática, e emocionalmente equilibrado para a Copa de 2014 no Brasil.

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