domingo, 12 de julho de 2015

Tenda de umbanda celebra São José

Na tenda, Patricia Fontoura e a imagem de São José (Agência Navepress)
Os grupos de dança Anjos Dourados e Oficina de Dança da Fundação de Cultura se apresentaram no Arraial de Nhô José, neste domingo, na Tenda Espírita São José, do Pai Hamilton. Marcada pelo sincretismo, a festança aconteceu ali na rua Poconé, bairro Universitário, ao lado da UFMS, e foi promovida pela Tenda Espírita São José, famoso terreiro de umbanda dirigido há trinta anos pelo pai-de-santo Hamilton da Costa Garcia, de 52 anos. Minha visita à tenda de umbanda foi monitorada pela atenciosa Patrícia Fontoura, que pacientemente me explicou o significado de cada uma das centenas de imagens cultuadas na tenda, desde São Jorge, o padroeiro da umbanda, a Nossa Senhora da Candelária, a Iemanjá umbandista. Há imagens de  São José, São Sebastião e Jesus Cristo, venerado como Oxalá ao lado do Caboclo da Pena Branca. A tenda de umbanda se prepara para organizar uma grande festa, dia 8 de agosto, sábado, a partir das 21h, em celebração ao Tranca Rua das Almas, um dos conhecidos exus da umbanda, conforme explica Patrícia Fontoura e pai Hamilton. São esperadas pelo menos 300 pessoas para a festa na rua Poconé. “Os exus correspondem à classe que trabalha com o povo da terra e são responsáveis pela segurança da casa, protege à todos, sem distinção, do pobre ao milionário”, afirma pai Hamilton. “O Tranca rua das almas é venerado no país inteiro”, acrescenta, ao lado da imagem do exu, logo na entrada do terreiro. O preconceito e a intolerância impedem que a umbanda ganhe mais adeptos, projeção e respeito, segundo pai Hamilton. “A umbanda não é um antro de perdição ou maldade como muitos apregoam”, ressalta Hamilton, seguidor de dona Carlinda, famosa mãe-de-santo do bairro Cristo Redentor. “Nem as autoridades dão o valor que merecemos e só aparecem na hora de pedir votos, perto das eleições”, reclama. Pai Hamilton e sua comunidade desceram com o andor de São João para o banho da imagem no rio Paraguai , dia 23 de junho, mas ele é devoto de São José, o Xangô da Justiça, padroeiro da família, daí a razão da festa deste 11 de julho. Ele também é dirigente da Seccional de Culto Afrobrasileiro de Corumbá e Ladário.



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