O mundo passa por
transformações na ordem social, econômica e política, e as recentes conclusões
do encontro ambientalista COP21 em Paris, neste final de ano, deixaram claro,
de uma vez por todas, que as reservas naturais do planeta estão esgotadas e que
nada mais nos resta do que adotar um novo modo de vida, com menos emissão de
gases de efeito estufa, mais sustentabilidade, enfim, mais simplicidade e menos
ostentação. Infelizmente não é o comportamento adotado pela maioria das
pessoas, dos líderes políticos, das empresas multinacionais que controlam nações e economias. O que se vê, nesta segunda década
do segundo milênio, é um retrocesso aos tempos medievais, com centenas de
guerra e guerrilhas espalhadas pelo mundo, a ofensiva dos estados militaristas,
liderados pelos EUA, para conter o avanço do Estado Islâmico, tragédias
ambientais como a de Mariana, o crescente desmatamento da Amazônia, a sede de
poder dos grupos e empresas capitalistas, o fundamentalismo religioso – enfim,
um conjunto de ações e anomalias que levam cada vez mais o planeta e a
autoestima de homens e mulheres para o fundo do poço. Um mar
de lama que insiste em encobrir nosso direito a liberdade e dignidade. No
entanto, mesmo diante deste tsunami de horrores, ninguém pode nos negar o
direito de pensar e agir livremente, fazer as nossas escolhas, manter projetos
e ainda sonhar com um século mais justo e menos opressor. O direito de planejar, investir, arriscar, libertar-se de velhos conceitos e preconceitos. O
futuro pode estar na capacidade das cidades e seus cidadãos administrarem as
crises e adversidades com criatividade, justiça e simplicidade. Como habitantes
de um dos maiores e mais ricos patrimônios naturais do planeta, o Pantanal,
resta-nos como bons filhos protegê-lo da praga mercantilista que polui rios e
matas em nome de uma política desenvolvimentista suicida. Lutemos pela vida. Biomas
como o Pantanal e a Amazônia são termômetros que refletem exatamente o sentimento
dos homens sobre a natureza. E esse sentimento ultimamente oscila entre o amor e o ódio. (Veja neste blog o artigo “O ano em que a Terra perdeu sua biocapacidade”
do articulista Leonardo Boff).
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