segunda-feira, 20 de novembro de 2017

A resistência dos negros conscientes

Nelson Urt
O Grupo Argos de Teatro, dirigido pelo incansável Anibal Monzon (foto), argentino radicado em Ladário, protagonizou mais uma importante ação com um encontro cultural no auditório da Câmara Municipal para celebrar o Dia da Consciência Negra. A festa contou com a energia da juventude boliviana, representada pelo grupo de Ballet Municipal Pukinunkúx (Bailado da Alegria, no idioma quechua), de Puerto Quijarro. Apresentou-se também um grupo de capoeira, como representante da resistência negra no Brasil. Resistência lembrada nas ardentes palavras do professor e jornalista Schabib Hany, do poeta e ativista Benedito C.G.Lima, da diretora do Moinho Cultural Márcia Rolon, da presidente do Imnegra (Instituto da Mulher Negra), Edmir de Paulo; e das professoras Cristiane Silva e Laura Segóvia. 
Ballet boliviano de Puerto Quijarro encanta na festa
Resistência abordada no dueto teatral de artistas Anibal Monzon e Virgilio Miranda. E na poesia declamada por Benedito, "Quem disse que sou negro?", um clamor contra o racismo e o preconceito que ainda hoje abala e polariza a sociedade brasileira, onde a maioria, mesmo mestiça, insiste em se proclamar branca e ignorar seus lanços afrodescendentes. Na verdade, ignoram os 6 milhões de africanos, nossos descendentes, que aqui chegaram acorrentados e escravizados no Brasil Colonial, mas que aqui fincaram suas raízes étnicas e culturais. Edmir lembrou a “dívida histórica” com os negros no país com o sistema escravocrata mais duradouro do mundo e da mão de obra escrava usada para a construção dos casarios de Corumbá. Schabib, por sua vez, destacou o papel da cultura em aflorar a consciência nesse “momento de resistência”.

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