quarta-feira, 15 de maio de 2019

Com apoio do MPF, luta pela Educação cresce em MS

Manifestantes na rua Frei Mariano: "Não somos balbúrdia, somos solução"
Nelson Urt
Neste 15 de maio de manifestações contra os cortes de 30% de recursos da Educação, o presidente do País estava em Dallas, nos Estados Unidos que "ama desde a infância", com recursos bancados pelo contribuinte. E de lá usou a expressão “idiotas úteis” para se referir aos manifestantes brasileiros. “Inteligentes” seriam então os americanos de Dallas, tudo o que é eficiente está nos Estados Unidos, tudo o que é ruim está no Brasil. Este é o velho e verdadeiro complexo de vira-latas que ainda domina certas cabeças daqueles que ainda nos enxergam como ex-colônia herdeira do patrimonialismo. Continuamos, como bem configurou Jessé Souza em A Elite do Atraso (Editora Leya, 2017), sendo tratados como idiotas e imbecis. O corte na Educação é mais um golpe truculento daqueles que querem manter o País no abismo cultural e educacional, como massa de manobra, impedindo que o brasileiro aprenda a pensar, refletir e escolher o que é melhor para seu futuro. Contra essa decisão inconstitucional e arbitrária surge agora a rejeição e a interferência do Ministério Público Federal (MPF), que decretou neste 15 de maio o Dia D em Defesa da Educação. Dois inquéritos foram instaurados pela Procuradoria Regional de Direitos do Cidadão para avaliar os impactos causados à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e ao Instituto Federal (IFMS) pelo contingenciamento e bloqueio orçamentários. Assim também foi feito em outros 20 Estados. O mesmo MPF que acaba de ajuizar na Justiça uma ação em que pede a suspensão imediata e integral do decreto que flexibilizou as regras para o porte de armas no País. Na ação, divulgada neste 15 de maio, os procuradores afirmam que o decreto extrapola o poder de regulamentação privativo do Executivo, desrespeita normas previstas no Estatuto do Desarmamento e "coloca em risco a segurança pública de todos os brasileiros". 
"O governo é contra a Educação porque a Educação derruba desgovernos"
O MPF de um lado, os estudantes e professores do outro, nas ruas, estas são as nossas “armas” para conter a onda de destruição que ameaça sucatear a Educação, a cidadania e os direitos constituídos no País - como mostram essas fotos da Navepress na rua Frei Mariano, em Corumbá-MS.  Em retribuição àquele que me elogiou de "idiota útil" (eu também fui à rua Frei Mariano, neste 15 de maio, data em que completava 65 anos de vida e luta), ofereço estes versos nutridos pela mais pura ironia do poeta pantaneiro Manoel de Barros, em Tratado Geral das Grandezas do Ínfimo: 
"Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado.
Sou fraco para elogios".




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