Das
dez melhores escolas de Mato Grosso do Sul segundo os resultados obtidos por
seus alunos no Enem 2012, nove são particulares e apenas uma da rede pública,
mas federal: o Colégio Militar de Campo Grande. São nove da Capital e apenas
uma do interior. Fica claro que as escolas da rede pública estaduais e
municipais não tem vez no sistema de educação num Pais em que ainda impera a
desigualdade educacional e no qual a educação é fortemente influenciada pelas
necessidades capitalistas. Quem pode mais, tem mais acesso ao ensino. O sistema
de cotas é um mero paliatipo criado pelo governo federal para encobrir sua
falha. Mas até quando isso vai perdurar? Quando teremos a revolução da
educação? Depois da Copa do Mundo, na qual serão gastos R$ 35 bilhões na
construção dos estádios? Ou depois da Olimpíada de 2016? Enquanto se espera uma
saída, nossas crianças continuam silenciadas pelo analfabetismo. Os recentes
números divulgados pelo Ministério da Educação na audiência pública da Comissão
de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) indicam um fracasso no
sistema educacional: o Brasil conta com 3,5 milhões de jovens com 15 anos, dos
quais 32 mil são analfabetos e, dentre eles, 10 mil passaram pela escola e
mesmo assim saíram sem saber ler e escrever. Mas em vez de ficarmos anos após
anos jorrando rios de lágrimas em cima das estatísticas vergonhosas da
educação, temos a obrigação de lançar projetos para tirá-la do fundo do buraco.
No Brasil, aprendemos que tudo o que é federal é bom, tem qualidade e
competência. Municípios e Estados aprendem a buscar recursos em Brasília para
cobrir seus rombos. O governo Federal está sempre à disposição para salvar
bancos e banqueiros, o agronegócio e pecuaristas, economias e empresários falidos e agora
optou por investir mundos e fundos em estádios de futebol. Poucas cabeças decidindo por muitos. É hora então de
olhar para Educação como um sistema fracassado, dona de oitavo maior índice de
analfabetismo do mundo. É hora de federalizar a Educação brasileira. Urgentemente. Imaginem o Brasil com mais de 150.000 escolas públicas federais e não apenas
com os atuais 451. Imaginem a reconstrução de todas as nossas escolas, modernizadas,
com padrão internacional, tais quais os mais requintados estádios de futebol recém
construídos no País. Imaginem o teto de um professor concursado e graduado da
educação em R$ 9 mil mensais, como propõe o senador e professor da Universidade
de Brasília, Cristovam Buarque, em opinião que você pode ler no canal Artigos deste blog. Educação federal
seria, de verdade, educação para todos. A tese não é nova, é defendida por
algumas pessoas conscientes e responsáveis do País, mas precisa ser abraçada por quem tem poder de decisão e verdadeiramente vê nos olhos da criança o futuro olhar da nação. Chega de
passar vergonha!
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