domingo, 23 de agosto de 2015

O festival dos grafiteiros, historiadores e poetas

Grafiteiros em ação nos muros da Ladeira Cunha e Cruz 
O Festival América do Sul 2015 cortou gastos, mas abriu alguns espaços inéditos e deixou uma marca visível nos muros da Ladeira Cunha e Cruz, onde os grafiteiros gravaram mensagens que vão permanecer por décadas, até que sejam borradas pelo vento e pela chuva. Quase sempre confundidos com pichadores, os grafiteiros eram considerados vadios, rebeldes sem causa, escórias da sociedade, mas pouco a pouco vão ganhando respeito como artistas e protagonistas da história cultural. O Coletivo Viva a Rua, de Campo Grande, integrou a programação do festival e montou no Porto Geral uma oficina de grafitagem, skate e rap. Um dos representantes de Corumbá foi o professor de desenho em grafite Helker Hernani, que dá aulas aos sábados em seu ateliê na rua 13 de Junho com Antônio Maria. Hoje ele para pouco na cidade, passa a maior parte do tempo viajando para apresentar seu trabalho em outras cidades do Estado. Os grafiteiros são exemplos de que o festival foi feito para celebrar e respeitar a diversidade cultural. Os escritores também encontram no festival um canal para lançarem livros e divulgarem seu trabalho, como no caso da historiadora corumbaense Maria do Carmo Brazil, destaque no Quebra-torno com Letras no Moinho Cultural. Lá ela voltou a falar sobre o livro lançado neste ano, Rio Paraguai, o Mar Interno Brasileiro. Professora doutora da Universidade Federal da Grande Dourados, ela é ex-aluna do Colégio Estadual Maria Leite. O Quebra-torno ainda trouxe como novidade a escritora e professora douradense Patrícia Pirota, autora do livro “Seu Moço” e defensora das redes sociais como forma de propagação da literatura. De tanto divulgar seus poemas no youbube, ela chamou a atenção da editora portuguesa Chiado, que decidiu publicar seu livro. Não ficou rica, continua a dar aulas na rede pública de Campo Grande, mas fez da poesia seu maior encanto e riqueza. E como declamou o poeta Emmanuel Marinho durante sua apresentação no palco da praça Generoso Ponce, “poesia não compra sapato, mas como andar sem poesia?”
Historiadora Maria do Carmo Brazil

Poeta Emmanuel Marinho




Nenhum comentário:

Postar um comentário