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Grafiteiros em ação nos muros da Ladeira Cunha e Cruz |
O Festival América do Sul 2015 cortou gastos, mas abriu alguns espaços inéditos e deixou uma marca visível nos muros da Ladeira Cunha e Cruz, onde os grafiteiros gravaram mensagens que
vão permanecer por décadas, até que sejam borradas pelo vento e pela chuva. Quase sempre confundidos com pichadores, os grafiteiros eram
considerados vadios, rebeldes sem causa, escórias da sociedade, mas pouco a
pouco vão ganhando respeito como artistas e protagonistas da história cultural.
O Coletivo Viva a Rua, de Campo Grande, integrou a programação do festival e
montou no Porto Geral uma oficina de grafitagem, skate e rap. Um dos
representantes de Corumbá foi o professor de desenho em grafite Helker Hernani,
que dá aulas aos sábados em seu ateliê na rua 13 de Junho com Antônio Maria.
Hoje ele para pouco na cidade, passa a maior parte do tempo viajando para
apresentar seu trabalho em outras cidades do Estado. Os grafiteiros são exemplos de que o festival
foi feito para celebrar e respeitar a diversidade cultural. Os escritores também encontram no
festival um canal para lançarem livros e divulgarem seu trabalho, como no caso da historiadora corumbaense Maria do Carmo Brazil, destaque
no Quebra-torno com Letras no Moinho Cultural. Lá ela voltou a falar sobre o
livro lançado neste ano, Rio Paraguai, o Mar Interno Brasileiro. Professora doutora da Universidade Federal da
Grande Dourados, ela é ex-aluna do Colégio Estadual Maria Leite. O
Quebra-torno ainda trouxe como novidade a escritora e professora douradense Patrícia
Pirota, autora do livro “Seu Moço” e defensora das redes sociais como forma de
propagação da literatura. De tanto divulgar seus poemas no youbube, ela chamou
a atenção da editora portuguesa Chiado, que decidiu publicar seu livro. Não
ficou rica, continua a dar aulas na rede pública de Campo Grande, mas fez da
poesia seu maior encanto e riqueza. E como declamou o poeta Emmanuel Marinho
durante sua apresentação no palco da praça Generoso Ponce, “poesia não compra
sapato, mas como andar sem poesia?”
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Historiadora Maria do Carmo Brazil |
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Poeta Emmanuel Marinho |
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